Agência Minas Gerais | Hospital da Fhemig em Juiz de Fora cria canteiro terapêutico para pacientes
outubro 11, 2024O Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora, agora conta com um canteiro terapêutico destinado aos pacientes da unidade. O espaço fica localizado na área externa de uma das enfermarias e tem plantas de diferentes texturas, cores e cheiros, proporcionando uma experiência sensorial única e diferenciada.
O projeto surgiu no início do ano com uma conversa entre a terapeuta ocupacional e a direção do hospital e foi retomado há alguns dias, ainda no mês de setembro. O objetivo é oferecer um atendimento mais humanizado, afetivo e de mais qualidade aos pacientes internados nas enfermarias.
O coordenador de Enfermagem e Equipe Multidisciplinar (Coemult) da Diretoria Assistencial da Fhemig, Arthur Mendes, explica que o canteiro terapêutico é uma prática que envolve a criação de espaços de jardinagem para promover o bem-estar físico e mental dos pacientes, além de oferecer um ambiente hospitalar mais agradável.
“Esses canteiros são utilizados para atividades de horticultura e jardinagem, que podem ser realizadas pelos próprios pacientes ou acompanhados por profissionais de saúde, como terapeutas ocupacionais. A ideia é que a interação com a natureza e a atividade de cuidar das plantas ajudem a reduzir o estresse, melhorar o humor, estimular a socialização e até promover a reabilitação física”.
A terapeuta ocupacional do HRJP, Renata Cezar Tagliati, conta que, inicialmente, a ideia era disponibilizar a atividade para os pacientes da clínica psiquiátrica. Porém, com o passar do tempo, observou-se que diversos pacientes – com condições clínicas estáveis e sem restrição ao leito, poderiam se beneficiar desse momento.
“Pensamos no bem-estar por meio de um envolvimento ativo, desenvolvendo autoestima, contribuindo na organização de pensamentos, sentimentos e estabilização do humor. É uma forma mais acolhedora e amena de vivenciar o período de internação, onde eles podem minimizar os sofrimentos e o afastamento das rotinas”, avalia Renata.
Bem-estar
Paulo Milton da Costa, 68 anos, está internado há mais de um mês e aprovou a iniciativa. “Aquilo ali é a coisa mais maravilhosa que tive oportunidade de fazer. Mexer com terra é uma terapia. Você se esquece do mundo lá fora e entra no mundo das flores. Ajuda a suavizar a dor da internação. Se eu pudesse, ficaria aqui como voluntário depois de ter alta. Toda oportunidade que eu tiver de estar no canteiro, irei com o maior amor e carinho”.
Daniela Damasceno Simião, de 28 anos, concorda. Ela chegou ao hospital em 9 de setembro e achou o projeto muito interessante. “Ficar tantos dias no leito dá uma depressão e, quando temos esse contato com a natureza, ficamos mais dispostos. É uma terapia para os pacientes, contribui muito para a nossa recuperação”, afirma ela, que nunca havia plantado e agora já planeja continuar a atividade. “Saindo daqui, quero fazer um jardim na minha laje”, conta empolgada.
Humanização
Atualmente, o canteiro terapêutico existe apenas no HRJP, mas os hospitais da Fhemig contam com outros espaços que seguem a mesma proposta, como áreas terapêuticas e locais de convivência. “Esses espaços são desenvolvidos em alinhamento com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo um ambiente acolhedor para os pacientes e reforçando o nosso compromisso com o cuidado integral e humanizado, proporcionando mais qualidade de vida aos nossos pacientes e colaboradores”, afirma o coordenador da Coemult, Arthur Mendes.